A moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul já está praticamente encerrada, mas algumas usinas continuam a produzir eletricidade a partir do bagaço e de outras biomassas. Conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), entre 1 e 13 de janeiro, a cogeração com esse tipo de matéria-prima cresceu 107% no país, na comparação com igual intervalo de 2014. Foram 783 Megawatts (MW) médios no acumulado desse período, em torno de 90% produzido por usinas de cana.
Apesar de robusta, a maior cogeração do setor pode não se sustentar ao longo das próximos meses. Em primeiro lugar, afirma Zilmar de Souza, consultor de bioenergia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), porque o ritmo acelerado de janeiro está sendo sustentado por estoques de matéria-prima (bagaço, palha e entre outras) feitos pelas empresas no ano passado, quando os preços da energia no mercado à vista bateram o recorde de R$ 822 o MWh - que foi o teto em vigor até 2014 do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que serve de referência para o mercado livre do insumo.
Desde janeiro deste ano, passou a vigorar um novo teto, de R$ 388 o MWh, um desestímulo econômico ao setor, que estava adquirindo biomassa a custos mais elevados do que o usual, diante das oportunidades oferecidas por esse mercado em 2014. "Agora, quando esses estoques acabarem, as usinas vão parar a cogeração, fazer manutenção de equipamentos para retomar a moagem da próxima temporada", observa.
Assim, como a eletricidade produzida e comercializada a partir de janeiro já está submetida ao novo teto do PLD, ainda é uma incógnita se, ao longo de 2015, as usinas se sentirão motivadas economicamente a continuar expandindo a produção.
No ano passado, essa indústria comprou bagaço de terceiros, trouxe palha de cana do campo e adquiriu outros tipos de biomassa, como cavaco de madeira e até poda de árvores, para tentar produzir o máximo possível de eletricidade.
O resultado é que, entre janeiro e 28 de dezembro de 2014, produziram 20,815 mil Gigawatts/hora (GWh), 18% acima do realizado em 2013. Em volume, foram 3,7 mil GWh a mais em 2014, quase 10% do consumo residencial do Estado de São Paulo em um ano, compara Souza. "Essa geração foi equivalente a termos poupado 14% da água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado elétrico Sudeste/Centro-Oeste, principal do país, responsável por 60% do consumo nacional de eletricidade", diz Souza.
Até o fim de 2014, o Brasil tinha instalada uma capacidade para cogerar a partir de biomassa 13,211 mil megawatts, 10% do total existente para todas as fontes de eletricidade no país. Para 2015, a previsão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é do acréscimo de capacidade para biomassa de 531,4 MW, alta de 4%. "A adição anual de capacidade chegou a representar 30% do total do Brasil, entre 2008 e 2010. Em 2014, foi apenas 14%. Em 2015, tende a cair para 6%", compara o consultor.
A despeito do aumento de capacidade instalada, a geração efetiva de 2015 vai depender de algumas condições, tais como oferta de cana, ganhos de eficiência energética das usinas, investimento em aproveitamento da palha e do preço da biomassa de terceiros. Essa questão, explica ele, está relacionada diretamente à viabilidade do negócio, que é particular de usina para usina.
Algumas mudanças nos leilões do mercado regulado, realizado pela Aneel, tendem a melhorar também a atratividade do negócio às usinas, conforme Souza. Atendendo à demanda do setor, o governo lançou um leilão exclusivo de biomassa que vai ocorrer em abril e para o qual foram cadastrados 40 projetos de biomassa, que somam capacidade de 2,067 mil MW.
A moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul já está praticamente encerrada, mas algumas usinas continuam a produzir eletricidade a partir do bagaço e de outras biomassas. Conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), entre 1 e 13 de janeiro, a cogeração com esse tipo de matéria-prima cresceu 107% no país, na comparação com igual intervalo de 2014. Foram 783 Megawatts (MW) médios no acumulado desse período, em torno de 90% produzido por usinas de cana.
Apesar de robusta, a maior cogeração do setor pode não se sustentar ao longo das próximos meses. Em primeiro lugar, afirma Zilmar de Souza, consultor de bioenergia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), porque o ritmo acelerado de janeiro está sendo sustentado por estoques de matéria-prima (bagaço, palha e entre outras) feitos pelas empresas no ano passado, quando os preços da energia no mercado à vista bateram o recorde de R$ 822 o MWh - que foi o teto em vigor até 2014 do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que serve de referência para o mercado livre do insumo.
Desde janeiro deste ano, passou a vigorar um novo teto, de R$ 388 o MWh, um desestímulo econômico ao setor, que estava adquirindo biomassa a custos mais elevados do que o usual, diante das oportunidades oferecidas por esse mercado em 2014. "Agora, quando esses estoques acabarem, as usinas vão parar a cogeração, fazer manutenção de equipamentos para retomar a moagem da próxima temporada", observa.
Assim, como a eletricidade produzida e comercializada a partir de janeiro já está submetida ao novo teto do PLD, ainda é uma incógnita se, ao longo de 2015, as usinas se sentirão motivadas economicamente a continuar expandindo a produção.
No ano passado, essa indústria comprou bagaço de terceiros, trouxe palha de cana do campo e adquiriu outros tipos de biomassa, como cavaco de madeira e até poda de árvores, para tentar produzir o máximo possível de eletricidade.
O resultado é que, entre janeiro e 28 de dezembro de 2014, produziram 20,815 mil Gigawatts/hora (GWh), 18% acima do realizado em 2013. Em volume, foram 3,7 mil GWh a mais em 2014, quase 10% do consumo residencial do Estado de São Paulo em um ano, compara Souza. "Essa geração foi equivalente a termos poupado 14% da água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado elétrico Sudeste/Centro-Oeste, principal do país, responsável por 60% do consumo nacional de eletricidade", diz Souza.
Até o fim de 2014, o Brasil tinha instalada uma capacidade para cogerar a partir de biomassa 13,211 mil megawatts, 10% do total existente para todas as fontes de eletricidade no país. Para 2015, a previsão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é do acréscimo de capacidade para biomassa de 531,4 MW, alta de 4%. "A adição anual de capacidade chegou a representar 30% do total do Brasil, entre 2008 e 2010. Em 2014, foi apenas 14%. Em 2015, tende a cair para 6%", compara o consultor.
A despeito do aumento de capacidade instalada, a geração efetiva de 2015 vai depender de algumas condições, tais como oferta de cana, ganhos de eficiência energética das usinas, investimento em aproveitamento da palha e do preço da biomassa de terceiros. Essa questão, explica ele, está relacionada diretamente à viabilidade do negócio, que é particular de usina para usina.
Algumas mudanças nos leilões do mercado regulado, realizado pela Aneel, tendem a melhorar também a atratividade do negócio às usinas, conforme Souza. Atendendo à demanda do setor, o governo lançou um leilão exclusivo de biomassa que vai ocorrer em abril e para o qual foram cadastrados 40 projetos de biomassa, que somam capacidade de 2,067 mil MW.