O acelerado início da moagem da safra de cana nesta safra 2016/17 no Centro-Sul do Brasil, que processa cerca de 90% da matéria-prima no país, permitiu que as usinas sucroalcooleiras da região praticamente duplicassem a abertura de empregos formais em março, apesar dos problemas de liquidez de muitas empresas do segmento. O resultado contrasta com o observado na economia brasileira em geral no mês, marcado por um número recorde de postos de trabalho fechados.
As usinas dos seis Estados do Centro-Sul registraram saldo líquido de geração de 22.254 vagas de trabalho com carteira assinada no mês passado, ante as 11.348 vagas geradas pelo segmento na região em março do ano passado, conforme levantamento da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Geralmente, o segmento sucroalcooleiro registra saldo positivo de geração de empregos entre abril a setembro, na época da safra. Segundo o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, a principal razão para o incremento antecipado no nível de emprego e no volume processado de cana pelo segmento foi a perspectiva das companhias de que o volume de matéria¬prima a ser moído na safra será elevado.
"Em março, houve muita empresa que já tinha terminado a safra [2015/16] em dezembro e janeiro e iniciou a moagem [de 2016/17]". De acordo com Padua, se as usinas não tivessem começado a moagem antes da época, "não daria tempo de processar tudo até dezembro".
A antecipação das atividades no ciclo atual também pode ter ocorrido, em alguns casos, por necessidade de geração de caixa ou para aproveitar os preços mais elevados do açúcar e do etanol ao longo da entressafra. Mas Padua reiterou que esses não foram os motivos principais.
O diretor da Unica afirmou que, em geral, as usinas que lideraram a abertura de vagas em março são as que estão mais capitalizadas, embora o movimento não dependa da situação financeira das companhias.
O Estado que mais se destacou na geração de empregos foi São Paulo, onde as usinas sucroalcooleiras registraram um saldo líquido positivo de 15.576 postos. Em março do ano passado, as usinas paulistas haviam aberto 5.668 vagas. Em seguida ficaram as usinas de Goiás, responsáveis pela abertura de 1.955 empregos formais no mês passado, e as do Paraná, onde foram abertas outras 1.782 vagas de trabalho.
Diante de uma perspectiva de que o volume a ser processado nesta safra seja robusto, Padua avaliou que a moagem da safra 2016/17 deverá se estender até dezembro e que o balanço entre vagas abertas e fechadas pelo segmento no acumulado do ano tenderá ao equilíbrio.
A geração de empregos pelo segmento no Centro¬Sul compensou o fechamento de vagas no Norte e no Nordeste, já que em março as usinas dessas regiões entram na entressafra. No balanço nacional, a geração de empregos em todo o país em março foi positiva em 1.131 vagas, invertendo o resultado líquido do mesmo mês de 2015, quando o segmento havia fechado 4.757 postos de trabalho.
Os resultados de março, embora alentadores, ainda não apagaram a marca negativa do balanço dos últimos meses. No acumulado do primeiro trimestre, as usinas de todo o país mais fecharam vagas do que contrataram. O saldo do período mostra que foram fechadas 30.382 vagas de trabalho pelo segmento sucroalcooleiro, enquanto no mesmo período de 2015 houve perda de 11.398 empregos formais.
Por Camila Souza Ramos
O acelerado início da moagem da safra de cana nesta safra 2016/17 no Centro-Sul do Brasil, que processa cerca de 90% da matéria-prima no país, permitiu que as usinas sucroalcooleiras da região praticamente duplicassem a abertura de empregos formais em março, apesar dos problemas de liquidez de muitas empresas do segmento. O resultado contrasta com o observado na economia brasileira em geral no mês, marcado por um número recorde de postos de trabalho fechados.
As usinas dos seis Estados do Centro-Sul registraram saldo líquido de geração de 22.254 vagas de trabalho com carteira assinada no mês passado, ante as 11.348 vagas geradas pelo segmento na região em março do ano passado, conforme levantamento da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Geralmente, o segmento sucroalcooleiro registra saldo positivo de geração de empregos entre abril a setembro, na época da safra. Segundo o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, a principal razão para o incremento antecipado no nível de emprego e no volume processado de cana pelo segmento foi a perspectiva das companhias de que o volume de matéria¬prima a ser moído na safra será elevado.
"Em março, houve muita empresa que já tinha terminado a safra [2015/16] em dezembro e janeiro e iniciou a moagem [de 2016/17]". De acordo com Padua, se as usinas não tivessem começado a moagem antes da época, "não daria tempo de processar tudo até dezembro".
A antecipação das atividades no ciclo atual também pode ter ocorrido, em alguns casos, por necessidade de geração de caixa ou para aproveitar os preços mais elevados do açúcar e do etanol ao longo da entressafra. Mas Padua reiterou que esses não foram os motivos principais.
O diretor da Unica afirmou que, em geral, as usinas que lideraram a abertura de vagas em março são as que estão mais capitalizadas, embora o movimento não dependa da situação financeira das companhias.
O Estado que mais se destacou na geração de empregos foi São Paulo, onde as usinas sucroalcooleiras registraram um saldo líquido positivo de 15.576 postos. Em março do ano passado, as usinas paulistas haviam aberto 5.668 vagas. Em seguida ficaram as usinas de Goiás, responsáveis pela abertura de 1.955 empregos formais no mês passado, e as do Paraná, onde foram abertas outras 1.782 vagas de trabalho.
Diante de uma perspectiva de que o volume a ser processado nesta safra seja robusto, Padua avaliou que a moagem da safra 2016/17 deverá se estender até dezembro e que o balanço entre vagas abertas e fechadas pelo segmento no acumulado do ano tenderá ao equilíbrio.
A geração de empregos pelo segmento no Centro-Sul compensou o fechamento de vagas no Norte e no Nordeste, já que em março as usinas dessas regiões entram na entressafra. No balanço nacional, a geração de empregos em todo o país em março foi positiva em 1.131 vagas, invertendo o resultado líquido do mesmo mês de 2015, quando o segmento havia fechado 4.757 postos de trabalho.
Os resultados de março, embora alentadores, ainda não apagaram a marca negativa do balanço dos últimos meses. No acumulado do primeiro trimestre, as usinas de todo o país mais fecharam vagas do que contrataram. O saldo do período mostra que foram fechadas 30.382 vagas de trabalho pelo segmento sucroalcooleiro, enquanto no mesmo período de 2015 houve perda de 11.398 empregos formais.
Por Camila Souza Ramos