A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) postergou por dois anos, para janeiro de 2021, o prazo para o início de operação das termelétricas Rio Grande (RS) e Novo Tempo (PE), movidas a gás natural liquefeito (GNL), do grupo Bolognesi. Os dois projetos, que juntos somam quase 2,5 mil megawatts (MW) de capacidade instalada, estavam previstos inicialmente para entrar em operação em janeiro de 2019.
O adiamento do início de operação das usinas contribui para os planos da companhia de vender uma participação nos dois projetos, com a transferência de controle para o novo sócio, conforme o Valor apurou. Não se sabe se o grupo venderá também participação nos terminais de regaseificação de GNL que atenderão as usinas.
Os dois empreendimentos estavam em processo de revogação da outorga na agência, devido ao não cumprimento de etapas de implantação das usinas, pela Bolognesi. A companhia, no entanto, alegou que estava realizando acordos bilaterais com distribuidoras para suspender a obrigação de suprimento de energia entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020.
Junto com a postergação do cronograma, a diretoria da Aneel determinou então que a empresa entregue até o fim de agosto deste ano a comprovação da estruturação financeira, celebração dos contratos de fornecimento de gás e obtenção das licenças devidas, entre outros documentos.
Se até essa data, a Bolognesi não comprovar esses itens, "o processo punitivo da fiscalização [da agência] deverá ser retomado", informou o diretor da Aneel Reive Barros, relator do processo, em seu voto relativo ao assunto.
A Aneel também não permitirá a celebração de novos acordos bilaterais entre a Bolognesi e as distribuidoras, para postergar o início do suprimento de energia para além de janeiro de 2021.
Ao justificar o pedido de prorrogação dos prazos, em documento enviado à Aneel, a Bolognesi citou fatores "imprevisíveis e extraordinários" que ocorreram depois do leilão A5 de 2014, no qual os projetos foram vendidos.
Entre os itens "que provocaram o profundo desequilíbrio econômicofinanceiro" dos projetos e tornaram as obrigações da companhia "profundamente onerosas" estão a variação cambial, que provocou o "aumento exponencial" dos investimentos nos empreendimentos, a retração da economia e, consequentemente, do crédito, e o aumento das taxas de juros.
Segundo a Bolognesi, em decorrência desses fatores, sua capacidade de financiar os projetos foi "profundamente impactada".
Na época do leilão vencido pela Bolognesi, especialistas chamaram a atenção para o risco de concentração de um volume grande de energia em dois projetos complexos (devido à contratação de GNL) e nas mãos de um entrante no segmento. O temor do mercado era com relação a um novo "caso Bertin ", grupo que acumulou 6 mil MW de projetos em 2008, com investimentos previstos de R$ 7 bilhões, e cuja maioria deles não foi construída até hoje. Parte desses projetos foram vendidos e outros tiveram o contrato rescindido.
O buraco na oferta de energia aberto pela Bertin provocou a subcontratação das distribuidoras, afetando o fluxo de caixa dessas empresas. O atraso na construção das duas térmicas da Bolognesi não trouxe prejuízo para o setor, devido à queda do consumo, reflexo da crise econômica.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) postergou por dois anos, para janeiro de 2021, o prazo para o início de operação das termelétricas Rio Grande (RS) e Novo Tempo (PE), movidas a gás natural liquefeito (GNL), do grupo Bolognesi. Os dois projetos, que juntos somam quase 2,5 mil megawatts (MW) de capacidade instalada, estavam previstos inicialmente para entrar em operação em janeiro de 2019.
O adiamento do início de operação das usinas contribui para os planos da companhia de vender uma participação nos dois projetos, com a transferência de controle para o novo sócio, conforme o Valor apurou. Não se sabe se o grupo venderá também participação nos terminais de regaseificação de GNL que atenderão as usinas.
Os dois empreendimentos estavam em processo de revogação da outorga na agência, devido ao não cumprimento de etapas de implantação das usinas, pela Bolognesi. A companhia, no entanto, alegou que estava realizando acordos bilaterais com distribuidoras para suspender a obrigação de suprimento de energia entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020.
Junto com a postergação do cronograma, a diretoria da Aneel determinou então que a empresa entregue até o fim de agosto deste ano a comprovação da estruturação financeira, celebração dos contratos de fornecimento de gás e obtenção das licenças devidas, entre outros documentos.
Se até essa data, a Bolognesi não comprovar esses itens, "o processo punitivo da fiscalização [da agência] deverá ser retomado", informou o diretor da Aneel Reive Barros, relator do processo, em seu voto relativo ao assunto.
A Aneel também não permitirá a celebração de novos acordos bilaterais entre a Bolognesi e as distribuidoras, para postergar o início do suprimento de energia para além de janeiro de 2021.
Ao justificar o pedido de prorrogação dos prazos, em documento enviado à Aneel, a Bolognesi citou fatores "imprevisíveis e extraordinários" que ocorreram depois do leilão A5 de 2014, no qual os projetos foram vendidos.
Entre os itens "que provocaram o profundo desequilíbrio econômicofinanceiro" dos projetos e tornaram as obrigações da companhia "profundamente onerosas" estão a variação cambial, que provocou o "aumento exponencial" dos investimentos nos empreendimentos, a retração da economia e, consequentemente, do crédito, e o aumento das taxas de juros.
Segundo a Bolognesi, em decorrência desses fatores, sua capacidade de financiar os projetos foi "profundamente impactada".
Na época do leilão vencido pela Bolognesi, especialistas chamaram a atenção para o risco de concentração de um volume grande de energia em dois projetos complexos (devido à contratação de GNL) e nas mãos de um entrante no segmento. O temor do mercado era com relação a um novo "caso Bertin ", grupo que acumulou 6 mil MW de projetos em 2008, com investimentos previstos de R$ 7 bilhões, e cuja maioria deles não foi construída até hoje. Parte desses projetos foram vendidos e outros tiveram o contrato rescindido.
O buraco na oferta de energia aberto pela Bertin provocou a subcontratação das distribuidoras, afetando o fluxo de caixa dessas empresas. O atraso na construção das duas térmicas da Bolognesi não trouxe prejuízo para o setor, devido à queda do consumo, reflexo da crise econômica.