Usinas do noroeste paulista apostam em novo perfil de trabalhador
11/07/2012
Cana-de-Açúcar
POR: Portal G1
O trabalho em usinas de cana e açúcar da região noroeste paulista vêm ganhando novos cargos e buscando cada vez mais mão de obra especializada. São profissionais de diversas áreas que tem se especializado, melhorado a renda e mudado a economia de cidades como Monções (SP), que há pouco tempo teve uma usina instalada no município.
O setor sucroenergético é um dos que mais geram empregos no país. Nas lavouras, centenas de trabalhadores rurais se dividem em plantar, cortar e colher. Até março, quando termina a safra, o movimento será intenso. Mas a maioria da mão de obra que impulsiona o setor não está na lavoura e sim dentro das usinas. Dos milhares de profissionais ligados à atividade, 76% estão na indústria.
Em uma usina de porte médio, como a de Monções, que moe dez mil toneladas de cana por dia, o equivalente a 350 caminhões como este, emprega nada menos que 1,3 mil funcionários distribuídos em mais de 100 cargos diferentes. Funções que vão das mais simples às altamente qualificadas. "A gente tem uma infinidade de cargos, de técnicos e de engenheiros. Todos envolvidos no processo industrial. Envolvimento vai desde a lavoura até o processamento da matéria prima", afirma o gerente jurídico Fernando Carvalho.
Thaís Fernanda Salatin trabalha no laboratório de análises químicas da usina. É uma das responsáveis por analisar a qualidade do álcool. E até bem pouco tempo não imaginava que trabalharia em um ambiente como esse. "Tem gente que não conhece tanto assim a área e quando falo que trabalho na usina a pessoa fica surpreendida. É uma área que está crescendo muito", diz.
Na cozinha são nove profissionais. Raquel Isabela Santiago cuida de mais de 600 refeições. A nutricionista diz que até hoje as pessoas se surpreendem quando ela diz que trabalha na usina. "Achavam que eu trabalhava na parte de cana, que é manual, só corte. E é o contrário, tem muitos funcionários em outras áreas aqui também", explica. A usina também tem um departamento inteiro para cuidar só da frota automotiva, onde trabalham 130 profissionais .
Durante 11 anos, Reinaldo Bento da Silva foi cortador de cana. Hoje trabalha na oficina da usina como auxiliar mecânico atividade que nunca sonhou realizar. "Comecei na lavoura e nunca pensava em outros cargos, mas apareceu e tenho de aproveitar a chance", comemora.
Assim como a cana se transforma, a usina também transforma a vida das pessoas e de toda uma cidade. Desde que foi implantada em monções, há menos de três anos, o Produto Interno Bruto triplicou.