Usineiros de cana atribuem prejuízos a incêndios criminosos

24/09/2014 Cana-de-Açúcar POR: Correio do Brasil
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), instituição que reúne os maiores usineiros do país e atualmente apoia políticamente o candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, denunciou nesta terça-feira que incêndios criminosos nos canaviais agravaram as perdas agrícolas decorrentes da seca em São Paulo. Diretor técnico da associação, Antonio de Padua Rodrigues disse em entrevista coletiva, nesta manhã, que 5% da área teve que ser colhida após incêndios, antes de a cana ter atingido todo o seu potencial. A forte estiagem que atinge São Paulo desde o início deste ano vem afetando severamente a produção de cana.
“Estimativas da Unica indicam que a produtividade agrícola da área a ser colhida na atual safra 2014/2015 deve apresentar queda próxima a 15%, com a perda de quase 40 milhões de toneladas de cana”, disse a associação em nota. Padua disse que as perdas com incêndios já foram computadas na última estimativa de safra.
Ainda segundo Rodrigues, a próxima safra de cana do centro-sul do Brasil 2015/16 será semelhante à atual (2014/15), prejudicada pela forte seca, e terá dificuldades para retornar aos níveis de produção registrados em 2013/14. A temporada 2013/14 registrou um nível recorde de 597 milhões de toneladas.
A instituição já calculava, segundo documento divulgado no início deste mês, que a quantidade de cana do centro-sul do Brasil disponível para moagem na temporada 2015/16 (abril/março) seria bastante semelhante ao total processado na fraca temporada atual (2014/15), demonstrando contínuos problemas do setor, disse o diretor técnico da Unica, ressaltando ainda que os números do governo superestimam os volumes da colheita em desenvolvimento. Segundo ele, ainda há muitas variáveis que determinarão a moagem da próxima safra, após a severa seca deste ano ter afetado a produção de cana. As previsões da Unica indicam uma redução de 40 milhões a 50 milhões de toneladas no processamento em 14/15, para cerca de 550 milhões de toneladas, ante o recorde da safra passada.
E não se pode esperar mudanças expressivas na safra para 2015/16, assim como grandes crescimentos nos próximos anos, até porque boa parte do setor está em dificuldades financeiras que afetam a capacidade de investimento.
– Se tiver uma variação da quantidade de cana (em 15/16), ela vai ser ou um pouco maior ou menor em relação à quantidade de cana processada na safra atual… Vejo uma estabilidade nos próximos cinco anos (na safra) – afirmou Rodrigues.
As atípicas chuvas registradas ao final de julho em áreas produtoras foram “positivas” para a brotação da cana que deverá ser colhida no ano que vem. Mas a lavoura ainda precisa de mais precipitações em agosto e também das chuvas do primeiro quadrimestre de 2015. Além das questões climáticas, apontou Padua, a área a ser colhida provavelmente “vai ser um canavial mais velho” e menos produtivo.
– O plantio de janeiro a abril não aconteceu porque não teve chuva – disse.
Ele disse ainda que vai haver um percentual de cana de primeiro corte (mais produtiva) com menor participação na próxima safra, sem falar que o rendimento agrícola dependerá muito do índice de reforma do canavial.
Visões divergentes
A produção de açúcar do centro-sul do Brasil em 2014/15 foi estimada, no estudo divulgado, em 34,59 milhões de toneladas, ligeira alta na comparação com a produção registrada na temporada passada, apesar da severa seca que atingiu os canaviais brasileiros, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projetou uma safra praticamente estável ante 2013/14.
– Gostaria que fosse verdade, se tivesse essa cana para processar e tivesse essa produção de açúcar e etanol, as empresas não teriam tantos problemas… – divergiu Rodrigues.
Estudo do Ministério da Agricultura, no entanto, mostra que o levantamento da Conab está correto, uma vez que os técnicos da estatal vão a todas as unidades produtoras.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), instituição que reúne os maiores usineiros do país e atualmente apoia políticamente o candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, denunciou nesta terça-feira que incêndios criminosos nos canaviais agravaram as perdas agrícolas decorrentes da seca em São Paulo. Diretor técnico da associação, Antonio de Padua Rodrigues disse em entrevista coletiva, nesta manhã, que 5% da área teve que ser colhida após incêndios, antes de a cana ter atingido todo o seu potencial. A forte estiagem que atinge São Paulo desde o início deste ano vem afetando severamente a produção de cana.
“Estimativas da Unica indicam que a produtividade agrícola da área a ser colhida na atual safra 2014/2015 deve apresentar queda próxima a 15%, com a perda de quase 40 milhões de toneladas de cana”, disse a associação em nota. Padua disse que as perdas com incêndios já foram computadas na última estimativa de safra.
Ainda segundo Rodrigues, a próxima safra de cana do centro-sul do Brasil 2015/16 será semelhante à atual (2014/15), prejudicada pela forte seca, e terá dificuldades para retornar aos níveis de produção registrados em 2013/14. A temporada 2013/14 registrou um nível recorde de 597 milhões de toneladas.
A instituição já calculava, segundo documento divulgado no início deste mês, que a quantidade de cana do centro-sul do Brasil disponível para moagem na temporada 2015/16 (abril/março) seria bastante semelhante ao total processado na fraca temporada atual (2014/15), demonstrando contínuos problemas do setor, disse o diretor técnico da Unica, ressaltando ainda que os números do governo superestimam os volumes da colheita em desenvolvimento. Segundo ele, ainda há muitas variáveis que determinarão a moagem da próxima safra, após a severa seca deste ano ter afetado a produção de cana. As previsões da Unica indicam uma redução de 40 milhões a 50 milhões de toneladas no processamento em 14/15, para cerca de 550 milhões de toneladas, ante o recorde da safra passada.
E não se pode esperar mudanças expressivas na safra para 2015/16, assim como grandes crescimentos nos próximos anos, até porque boa parte do setor está em dificuldades financeiras que afetam a capacidade de investimento.
– Se tiver uma variação da quantidade de cana (em 15/16), ela vai ser ou um pouco maior ou menor em relação à quantidade de cana processada na safra atual… Vejo uma estabilidade nos próximos cinco anos (na safra) – afirmou Rodrigues.
As atípicas chuvas registradas ao final de julho em áreas produtoras foram “positivas” para a brotação da cana que deverá ser colhida no ano que vem. Mas a lavoura ainda precisa de mais precipitações em agosto e também das chuvas do primeiro quadrimestre de 2015. Além das questões climáticas, apontou Padua, a área a ser colhida provavelmente “vai ser um canavial mais velho” e menos produtivo.
– O plantio de janeiro a abril não aconteceu porque não teve chuva – disse.
Ele disse ainda que vai haver um percentual de cana de primeiro corte (mais produtiva) com menor participação na próxima safra, sem falar que o rendimento agrícola dependerá muito do índice de reforma do canavial.
Visões divergentes
A produção de açúcar do centro-sul do Brasil em 2014/15 foi estimada, no estudo divulgado, em 34,59 milhões de toneladas, ligeira alta na comparação com a produção registrada na temporada passada, apesar da severa seca que atingiu os canaviais brasileiros, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projetou uma safra praticamente estável ante 2013/14.
– Gostaria que fosse verdade, se tivesse essa cana para processar e tivesse essa produção de açúcar e etanol, as empresas não teriam tantos problemas… – divergiu Rodrigues.
Estudo do Ministério da Agricultura, no entanto, mostra que o levantamento da Conab está correto, uma vez que os técnicos da estatal vão a todas as unidades produtoras.