A Vale está na reta final das negociações para a venda de sua área de fertilizantes. Fontes que acompanham o processo lembraram, porém, que qualquer decisão nesse sentido ainda tem que receber o aval do conselho de administração da mineradora e que não está claro se a transação envolverá a divisão como um todo ou apenas parte dela.
No momento, a multinacional americana Mosaic, que mantém operações no Brasil, é apontada como a principal candidata a fechar o negócio com a Vale. Mas outras empresas avaliaram os ativos de fertilizantes da empresa brasileira no passado recente. Entre elas está a norueguesa Yara, que já é uma das maiores produtoras de matérias¬primas para adubos do país.
Em agosto, em reunião com investidores em Belo Horizonte, o diretor de relações com investidores da Vale, Rogério Nogueira, disse que a empresa estava analisando algumas possibilidades. Mas que a ideia da mineradora era permanecer com alguma participação no segmento.
Em 2015, a área de fertilizantes gerou para a Vale um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de US$ 567 milhões, mais que o dobro do resultado de 2014. O aumento foi possível graças ao câmbio, a cortes de custos e à alta dos preços dos produtos. Com isso, a receita líquida da área chegou a US$ 2,2 bilhões, ou 8,7% da receita total da mineradora no exercício. No ano anterior, a fatia havia sido de 6,4%.
Neste ano, o cenário mudou um pouco em função da queda dos preços internacionais dos fertilizantes. As avaliações de especialistas para o valor do negócio de fertilizantes da Vale variam de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões.
A Mosaic é a maior produtora de fosfato concentrado do mundo. Segundo informações que circulam no mercado há alguns meses, Mosaic e Vale estariam discutindo alternativas para o negócio. Uma das opções seria a Vale se tornar acionista da Mosaic, com participação que poderia ficar entre 12% e 15%, segundo informou em junho a agência Reuters.
Em abril, o Valor já havia noticiado que a Vale considerava se desfazer de uma fatia minoritária do negócio de fertilizantes, na faixa de 40%, mantendo, ao menos em um primeiro momento, o controle do negócio.
Uma das ideias que circulavam no começo do ano dava conta de que a Vale poderia criar uma nova empresa reunindo seus ativos ¬ de potássio e rocha fosfática ¬ e projetos de fertilizantes. Mas essa parece ter perdido força, e, segundo fontes ouvidas ontem pelo Valor, há algumas semanas havia intenção da empresa de se desfazer de todo o negócio. Apenas se esse caminho não for viável é que está sendo cogitada a negociação de parte da área. Procurada, a Vale não se manifestou.
Não é de hoje que o objetivo da Vale nos fertilizantes é encontrar um sócio para construir um negócio maior e mais rentável. Analistas de mercado sempre consideraram o desempenho da Vale em fertilizantes "frustrante", apesar de a companhia enfatizar que o negócio estava dentro de suas prioridades.
Por Francisco Góes
A Vale está na reta final das negociações para a venda de sua área de fertilizantes. Fontes que acompanham o processo lembraram, porém, que qualquer decisão nesse sentido ainda tem que receber o aval do conselho de administração da mineradora e que não está claro se a transação envolverá a divisão como um todo ou apenas parte dela.
No momento, a multinacional americana Mosaic, que mantém operações no Brasil, é apontada como a principal candidata a fechar o negócio com a Vale. Mas outras empresas avaliaram os ativos de fertilizantes da empresa brasileira no passado recente. Entre elas está a norueguesa Yara, que já é uma das maiores produtoras de matérias¬primas para adubos do país.
Em agosto, em reunião com investidores em Belo Horizonte, o diretor de relações com investidores da Vale, Rogério Nogueira, disse que a empresa estava analisando algumas possibilidades. Mas que a ideia da mineradora era permanecer com alguma participação no segmento.
Em 2015, a área de fertilizantes gerou para a Vale um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de US$ 567 milhões, mais que o dobro do resultado de 2014. O aumento foi possível graças ao câmbio, a cortes de custos e à alta dos preços dos produtos. Com isso, a receita líquida da área chegou a US$ 2,2 bilhões, ou 8,7% da receita total da mineradora no exercício. No ano anterior, a fatia havia sido de 6,4%.
Neste ano, o cenário mudou um pouco em função da queda dos preços internacionais dos fertilizantes. As avaliações de especialistas para o valor do negócio de fertilizantes da Vale variam de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões.
A Mosaic é a maior produtora de fosfato concentrado do mundo. Segundo informações que circulam no mercado há alguns meses, Mosaic e Vale estariam discutindo alternativas para o negócio. Uma das opções seria a Vale se tornar acionista da Mosaic, com participação que poderia ficar entre 12% e 15%, segundo informou em junho a agência Reuters.
Em abril, o Valor já havia noticiado que a Vale considerava se desfazer de uma fatia minoritária do negócio de fertilizantes, na faixa de 40%, mantendo, ao menos em um primeiro momento, o controle do negócio.
Uma das ideias que circulavam no começo do ano dava conta de que a Vale poderia criar uma nova empresa reunindo seus ativos ¬ de potássio e rocha fosfática ¬ e projetos de fertilizantes. Mas essa parece ter perdido força, e, segundo fontes ouvidas ontem pelo Valor, há algumas semanas havia intenção da empresa de se desfazer de todo o negócio. Apenas se esse caminho não for viável é que está sendo cogitada a negociação de parte da área. Procurada, a Vale não se manifestou.
Não é de hoje que o objetivo da Vale nos fertilizantes é encontrar um sócio para construir um negócio maior e mais rentável. Analistas de mercado sempre consideraram o desempenho da Vale em fertilizantes "frustrante", apesar de a companhia enfatizar que o negócio estava dentro de suas prioridades.
Por Francisco Góes