Balanço divulgado ontem pela Abeifa, entidade que representa empresas importadoras de veículos, mostra que a crise do mercado automotivo também atinge em cheio as importações. Em agosto, as vendas de carros importados das 28 marcas associadas à entidade que vão de grifes de superluxo como Ferrari, Maserati e Lamborghini a marcas populares como as chinesas Chery e JAC Motors caíram 39,2% frente o mesmo período do ano passado.
Em relação a julho, o recuo foi de 15,9%. No total, 4,5 mil automóveis importados foram vendidos pelas filiadas da entidade no mês passado, excluindose dessa conta modelos já produzidos localmente por marcas que instalaram fábricas no Brasil, caso da BMW, da Chery e da Jeep.
O resultado leva para 27% a queda das vendas no acumulado do ano, se retirado do cálculo os resultados da Audi, que deixou de ser associada da Abeifa em abril. Entre janeiro e agosto, 42,6 mil unidades foram comercializadas.
O desempenho é pior do que o tombo de 20,4% registrado por todo o mercado de carros de passeio e utilitários leves em igual período. Só a coreana Kia Motors, marca que responde pelo maior volume entre as associadas, registra neste ano queda de 26,5% nas vendas, num total de 11,4 mil unidades emplacadas até agosto. O segmento premium tem resultados melhores, mas, ainda assim, marcas como Land Rover e Dodge caem, respectivamente, 11,4% e 12,4%.
Ao apresentar os números, o presidente da Abeifa, Marcel Visconde, lamentou a falta de confiança dos consumidores em meio a um clima de incertezas que tem sido agravado pela demora na consolidação do ajuste fiscal, capitaneado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Até hoje, o plano do Levy não foi posto em prática.
Quanto mais o tempo passa, mais temos dificuldade em antever o que vai acontecer", disse o executivo, para quem "não será uma aberração" se as vendas de importados fecharem 2015 com queda na faixa de 25% a 30%.
"Já não falamos mais em fase de travessia. É sobrevivência mesmo. Precisamos ser realistas. Passamos por situação bastante crítica", acrescentou Visconde. Segundo ele, além da falta de motivação ao consumo por parte dos clientes, os importadores sentem o aumento do custo com a escalada do dólar, cujo repasse, diz o executivo, tem sido inviabilizado pela fragilidade da demanda.
A Abeifa, por outro lado, mostrou otimismo quanto a aprovação, ainda neste ano, de incentivos a carros híbridos e elétricos. Segundo Visconde, o governo, a despeito do ajuste fiscal, tem mostrado maior "sensibilidade" em discutir a desoneração desses veículos, dado que o risco de racionamento de energia, que era um entrave para a concessão de estímulos a carros elétricos, foi praticamente descartado.
Até agora, o incentivo do governo a motores alternativos se restringiu a cortes no imposto de importação, de 35%, dos híbridos de autogeração aqueles não carregados na tomada, como os modelos Prius, da Toyota, e Fusion, da Ford.
Além dos veículos híbridos e elétricos, a entidade negocia com o ministério do Desenvolvimento a flexibilização das cotas de importação livre da sobretaxa de 30 pontos percentuais do IPI. Hoje, o regime automotivo estabelece a importação de, no máximo, 4,8 mil carros por ano sem o IPI extra.
Mas com a queda do consumo e a forte desvalorização do real, vista como uma barreira natural a produtos importados, a Abeifa cobra a ampliação das cotas. "Hoje, o momento é favorável para discutir isso", disse Visconde.
Balanço divulgado ontem pela Abeifa, entidade que representa empresas importadoras de veículos, mostra que a crise do mercado automotivo também atinge em cheio as importações. Em agosto, as vendas de carros importados das 28 marcas associadas à entidade que vão de grifes de superluxo como Ferrari, Maserati e Lamborghini a marcas populares como as chinesas Chery e JAC Motors caíram 39,2% frente o mesmo período do ano passado.
Em relação a julho, o recuo foi de 15,9%. No total, 4,5 mil automóveis importados foram vendidos pelas filiadas da entidade no mês passado, excluindose dessa conta modelos já produzidos localmente por marcas que instalaram fábricas no Brasil, caso da BMW, da Chery e da Jeep.
O resultado leva para 27% a queda das vendas no acumulado do ano, se retirado do cálculo os resultados da Audi, que deixou de ser associada da Abeifa em abril. Entre janeiro e agosto, 42,6 mil unidades foram comercializadas.
O desempenho é pior do que o tombo de 20,4% registrado por todo o mercado de carros de passeio e utilitários leves em igual período. Só a coreana Kia Motors, marca que responde pelo maior volume entre as associadas, registra neste ano queda de 26,5% nas vendas, num total de 11,4 mil unidades emplacadas até agosto. O segmento premium tem resultados melhores, mas, ainda assim, marcas como Land Rover e Dodge caem, respectivamente, 11,4% e 12,4%.
Ao apresentar os números, o presidente da Abeifa, Marcel Visconde, lamentou a falta de confiança dos consumidores em meio a um clima de incertezas que tem sido agravado pela demora na consolidação do ajuste fiscal, capitaneado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Até hoje, o plano do Levy não foi posto em prática.
Quanto mais o tempo passa, mais temos dificuldade em antever o que vai acontecer", disse o executivo, para quem "não será uma aberração" se as vendas de importados fecharem 2015 com queda na faixa de 25% a 30%.
"Já não falamos mais em fase de travessia. É sobrevivência mesmo. Precisamos ser realistas. Passamos por situação bastante crítica", acrescentou Visconde. Segundo ele, além da falta de motivação ao consumo por parte dos clientes, os importadores sentem o aumento do custo com a escalada do dólar, cujo repasse, diz o executivo, tem sido inviabilizado pela fragilidade da demanda.
A Abeifa, por outro lado, mostrou otimismo quanto a aprovação, ainda neste ano, de incentivos a carros híbridos e elétricos. Segundo Visconde, o governo, a despeito do ajuste fiscal, tem mostrado maior "sensibilidade" em discutir a desoneração desses veículos, dado que o risco de racionamento de energia, que era um entrave para a concessão de estímulos a carros elétricos, foi praticamente descartado.
Até agora, o incentivo do governo a motores alternativos se restringiu a cortes no imposto de importação, de 35%, dos híbridos de autogeração aqueles não carregados na tomada, como os modelos Prius, da Toyota, e Fusion, da Ford.
Além dos veículos híbridos e elétricos, a entidade negocia com o ministério do Desenvolvimento a flexibilização das cotas de importação livre da sobretaxa de 30 pontos percentuais do IPI. Hoje, o regime automotivo estabelece a importação de, no máximo, 4,8 mil carros por ano sem o IPI extra.
Mas com a queda do consumo e a forte desvalorização do real, vista como uma barreira natural a produtos importados, a Abeifa cobra a ampliação das cotas. "Hoje, o momento é favorável para discutir isso", disse Visconde.