Vendas de carros importados caem 39% em agosto

09/09/2015 Geral POR: Valor Econômico
Balanço divulgado ontem pela Abeifa, entidade que representa empresas importadoras de veículos, mostra que a crise do mercado automotivo também atinge em cheio as importações. Em agosto, as vendas de carros importados das 28 marcas associadas à entidade ­ que vão de grifes de superluxo como Ferrari, Maserati e Lamborghini a marcas populares como as chinesas Chery e JAC Motors ­ caíram 39,2% frente o mesmo período do ano passado.
Em relação a julho, o recuo foi de 15,9%. No total, 4,5 mil automóveis importados foram vendidos pelas filiadas da entidade no mês passado, excluindo­se dessa conta modelos já produzidos localmente por marcas que instalaram fábricas no Brasil, caso da BMW, da Chery e da Jeep.
O resultado leva para 27% a queda das vendas no acumulado do ano, se retirado do cálculo os resultados da Audi, que deixou de ser associada da Abeifa em abril. Entre janeiro e agosto, 42,6 mil unidades foram comercializadas.
O desempenho é pior do que o tombo de 20,4% registrado por todo o mercado de carros de passeio e utilitários leves em igual período. Só a coreana Kia Motors, marca que responde pelo maior volume entre as associadas, registra neste ano queda de 26,5% nas vendas, num total de 11,4 mil unidades emplacadas até agosto. O segmento premium tem resultados melhores, mas, ainda assim, marcas como Land Rover e Dodge caem, respectivamente, 11,4% e 12,4%.
Ao apresentar os números, o presidente da Abeifa, Marcel Visconde, lamentou a falta de confiança dos consumidores em meio a um clima de incertezas que tem sido agravado pela demora na consolidação do ajuste fiscal, capitaneado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Até hoje, o plano do Levy não foi posto em prática.
Quanto mais o tempo passa, mais temos dificuldade em antever o que vai acontecer", disse o executivo, para quem "não será uma aberração" se as vendas de importados fecharem 2015 com queda na faixa de 25% a 30%.
"Já não falamos mais em fase de travessia. É sobrevivência mesmo. Precisamos ser realistas. Passamos por situação bastante crítica", acrescentou Visconde. Segundo ele, além da falta de motivação ao consumo por parte dos clientes, os importadores sentem o aumento do custo com a escalada do dólar, cujo repasse, diz o executivo, tem sido inviabilizado pela fragilidade da demanda.
A Abeifa, por outro lado, mostrou otimismo quanto a aprovação, ainda neste ano, de incentivos a carros híbridos e elétricos. Segundo Visconde, o governo, a despeito do ajuste fiscal, tem mostrado maior "sensibilidade" em discutir a desoneração desses veículos, dado que o risco de racionamento de energia, que era um entrave para a concessão de estímulos a carros elétricos, foi praticamente descartado.
Até agora, o incentivo do governo a motores alternativos se restringiu a cortes no imposto de importação, de 35%, dos híbridos de autogeração ­ aqueles não carregados na tomada, como os modelos Prius, da Toyota, e Fusion, da Ford.
Além dos veículos híbridos e elétricos, a entidade negocia com o ministério do Desenvolvimento a flexibilização das cotas de importação livre da sobretaxa de 30 pontos percentuais do IPI. Hoje, o regime automotivo estabelece a importação de, no máximo, 4,8 mil carros por ano sem o IPI extra.
Mas com a queda do consumo e a forte desvalorização do real, vista como uma barreira natural a produtos importados, a Abeifa cobra a ampliação das cotas. "Hoje, o momento é favorável para discutir isso", disse Visconde.
 
Balanço divulgado ontem pela Abeifa, entidade que representa empresas importadoras de veículos, mostra que a crise do mercado automotivo também atinge em cheio as importações. Em agosto, as vendas de carros importados das 28 marcas associadas à entidade ­ que vão de grifes de superluxo como Ferrari, Maserati e Lamborghini a marcas populares como as chinesas Chery e JAC Motors ­ caíram 39,2% frente o mesmo período do ano passado.
Em relação a julho, o recuo foi de 15,9%. No total, 4,5 mil automóveis importados foram vendidos pelas filiadas da entidade no mês passado, excluindo­se dessa conta modelos já produzidos localmente por marcas que instalaram fábricas no Brasil, caso da BMW, da Chery e da Jeep.
O resultado leva para 27% a queda das vendas no acumulado do ano, se retirado do cálculo os resultados da Audi, que deixou de ser associada da Abeifa em abril. Entre janeiro e agosto, 42,6 mil unidades foram comercializadas.
O desempenho é pior do que o tombo de 20,4% registrado por todo o mercado de carros de passeio e utilitários leves em igual período. Só a coreana Kia Motors, marca que responde pelo maior volume entre as associadas, registra neste ano queda de 26,5% nas vendas, num total de 11,4 mil unidades emplacadas até agosto. O segmento premium tem resultados melhores, mas, ainda assim, marcas como Land Rover e Dodge caem, respectivamente, 11,4% e 12,4%.
Ao apresentar os números, o presidente da Abeifa, Marcel Visconde, lamentou a falta de confiança dos consumidores em meio a um clima de incertezas que tem sido agravado pela demora na consolidação do ajuste fiscal, capitaneado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Até hoje, o plano do Levy não foi posto em prática.

 
Quanto mais o tempo passa, mais temos dificuldade em antever o que vai acontecer", disse o executivo, para quem "não será uma aberração" se as vendas de importados fecharem 2015 com queda na faixa de 25% a 30%.

"Já não falamos mais em fase de travessia. É sobrevivência mesmo. Precisamos ser realistas. Passamos por situação bastante crítica", acrescentou Visconde. Segundo ele, além da falta de motivação ao consumo por parte dos clientes, os importadores sentem o aumento do custo com a escalada do dólar, cujo repasse, diz o executivo, tem sido inviabilizado pela fragilidade da demanda.

A Abeifa, por outro lado, mostrou otimismo quanto a aprovação, ainda neste ano, de incentivos a carros híbridos e elétricos. Segundo Visconde, o governo, a despeito do ajuste fiscal, tem mostrado maior "sensibilidade" em discutir a desoneração desses veículos, dado que o risco de racionamento de energia, que era um entrave para a concessão de estímulos a carros elétricos, foi praticamente descartado.
Até agora, o incentivo do governo a motores alternativos se restringiu a cortes no imposto de importação, de 35%, dos híbridos de autogeração ­ aqueles não carregados na tomada, como os modelos Prius, da Toyota, e Fusion, da Ford.
Além dos veículos híbridos e elétricos, a entidade negocia com o ministério do Desenvolvimento a flexibilização das cotas de importação livre da sobretaxa de 30 pontos percentuais do IPI. Hoje, o regime automotivo estabelece a importação de, no máximo, 4,8 mil carros por ano sem o IPI extra.
Mas com a queda do consumo e a forte desvalorização do real, vista como uma barreira natural a produtos importados, a Abeifa cobra a ampliação das cotas. "Hoje, o momento é favorável para discutir isso", disse Visconde.