Vermifugação preventiva antes da vacina da aftosa

07/12/2021 Noticias do Sistema POR: MARINO GUERRA


Manejo sanitário também pede a adoção de outras vacinas em conjunto

 

O produtor de gado paulista sabe que no mês de novembro precisa vacinar seus bezerros (0 a 24 meses) contra a aftosa, porém a busca por uma pecuária cada vez mais eficiente não faz da aplicação do imunizante obrigatório a única ação dentro de um manejo sanitário profissional.

Na Fazenda Maria Carolina, referência no trato localizada na região de Santa Rosa de Viterbo, de propriedade do empresário Antônio Sposito, e tendo como veterinário e gerente, Mateus de Oliveira Wiezel, a prática é pela vermifugação 21 dias antes da vacinação, com o objetivo de reduzir a carga dos ectoparasitas (parasitas externos, como o carrapato) e assim melhorar a imunidade dos animais.

Além disso, junto com a aftosa também é aplicado o imunizante para as clostridioses, grupo de doenças causadas por bactérias, que dentre elas tem grande severidade entre os bezerros, o “Mal de Ano”, que geralmente leva o animal à morte antes mesmo de ser diagnosticado.

“Com o uso dos vermífugos eu consigo um índice de aproveitamento e longevidade das vacinas maior, adoto essa prática desde que trabalhava com gado de leite e aqui na fazenda há dois anos”, disse Wiezel.

Contudo, o profissional alerta que a atenção sanitária precisa acontecer ao longo de todo o ano, principalmente em operações com alta rotatividade de animais como a que gerencia.

Em 2021 passou pela propriedade cerca de mil cabeças separadas em negócios diferentes: recria e engorda de Angus meio sangue; cria, recria e venda de genética de Nelores de elite; e central receptora (semiconfinamento) de Angus meio sangue.

A primeira medida é implementar um protocolo de entrada em todos os animais que chegam na fazenda, que consiste em exames de tuberculose e brucelose. Recentemente, os animais também são submetidos a exames de IBR, BVD e Leptospirose, dos quais são testados 10% do lote e, em caso positivo, o lote todo é tratado, medida que reduziu em 50% o índice de aborto até o sexto mês. Também é feita uma vermifugação de modo que toda boiada se iguale aos animais já submetidos ao controle da propriedade.

Em outubro inicia-se a aplicação de mais duas séries das três vacinas (com 21 dias de intervalo) em todas as vacas, medida que na propriedade ameniza em 10% o número de abortos.


Os veterinários, da Fazenda Maria Carolina, Mateus de Oliveira Wiezel e da Copercana, André Duarte Scatena

 

Manejo do Carrapato


Boa estrutura de pasto e plantio de silagem é a base nutricional da propriedade

 

Outra preocupação constante no manejo sanitário da fazenda é quanto ao carrapato, principalmente nos meio sangue Angus que são mais suscetíveis ao parasita. Para isso o veterinário trabalha em duas frentes fazendo o controle do animal e da pastagem, porém com a estratégia de nunca zerar a presença deles.

“Deixo sempre os animais com uma quantidade mínima de carrapatos para controlar o sistema imunológico contra a Babesiosi”, disse Wiezel.

Um outro ponto que ele foca a importância de todo trabalho sanitário é no manejo de nascimento dos bezerros, pois se as vacas estão com a imunidade alta, ela será transmitida aos filhos, pois na fazenda se adota a prática de mama do colostro, primeiro leite pós-parto que, além do seu valor nutritivo, também é rico em anticorpos.

Todo o trabalho sanitário, além da nutrição oferecida, tendo como base 42 alqueires de pastagem, que pela riqueza de água da região permanecem verdes os doze meses do ano, além de 33 alqueires de plantio de silagem, que têm dois alvos bem definidos, fazem com que a fazenda consiga sucesso nas suas duas principais metas, a redução da taxa de aborto e o uso do trabalho preventivo, que no final das contas chega-se a um resultado muito melhor que as medidas curativas.