Visita agronômica na Colômbia

Visita agronômica na Colômbia

Profissional da Copercana conhece como é a produção de cana no país vizinho

Por: Marino Guerra

O RTV das filiais de Ituverava e Guará da Copercana, Paulo Bighetti, teve a oportunidade de conhecer, a convite da Syngenta, a operação de cana na Colômbia, conhecida hoje como o país de maior produtividade da cultura no mundo.

O polo produtor de cana-de-açúcar no país tem como sede a cidade da Cali, onde fica a Asocaña, a primeira parada da viagem. Na associação, que reúne a indústria local, foi apresentada a conjuntura econômica do setor, que contém 15 unidades industriais e uma média de 2,75 mil fornecedores.

Os participantes da missão também ficaram sabendo que, em 2018, foram produzidas 25 milhões de toneladas de cana, sendo a maior produção da história, e isso graças a um ano com o clima muito bom. Já em 2019, os números prévios indicam que entre janeiro e julho a média de produtividade está abaixo da histórica.

A grande maioria das usinas produz açúcar, etanol e energia. Observando o mercado açucareiro é identificado que, além do consumo interno, há um forte fluxo de exportação para o Peru e os Estados Unidos.

No etanol, o fluxo é invertido, isso porque como é misturado em 15% à gasolina, há um grande déficit (mais de 90%) na produção interna, sendo o grosso da importação vindo dos Estados Unidos. Contudo, o foco de expansão do setor está na produção de energia elétrica.

Ainda no primeiro dia, no período da tarde, Bighetti conheceu a Usina Mayaguez, uma das principais do país, com uma área de 23,8 mil hectares e que se destaca pelo projeto bem-sucedido de irrigação, o que resulta em ganhos de até 30% de produtividade. Porém, a média de corte colombiana é menor do que a brasileira, não chegando a cinco.

Após a apresentação, os participantes tiveram a oportunidade de ir a campo para acompanhar o processo de preparo de solo e também como é o viveiro de produção de mudas.

No segundo dia, eles conheceram a Usina Providência, segunda maior do país e parte da Organización Ardila Lulle, maior conglomerado empresarial colombiano, atuante também no setor de entretenimento, bebidas, concessionárias, varejo e logística.

Nessa visita, o representante da Copercana ficou sabendo que o maior custo dos canaviais está na irrigação, cerca de 32%, seguido pelo controle de plantas daninhas (13%). Também viu que, assim como no Brasil, tanto a vinhaça como a torta de filtro são utilizadas na lavoura.

No último dia, os visitantes descobriram que os canavieiros colombianos fazem bastante uso de maturadores e os aplicam através do uso de drones. Para finalizar a programação, foram até o Cenicaña (Centro de Pesquisas Canavieiras da Colômbia), órgão de desenvolvimento genético da cultura no país.

Financiado pelas usinas e fornecedores por meio de contribuições proporcionais à quantidade de cana produzida, o centro se mantém, não dependendo de um centavo de dinheiro público.

Sobre as variedades desenvolvidas, Bighetti informa que o objetivo principal dos pesquisadores era atingir cultivares resistentes ao carvão e, após a conclusão, mudaram o foco para conhecer espécies ao redor do mundo e testar a sua reação em solo colombiano.

Segundo o representante da Syngenta, Henrique Mourão, a escolha da Colômbia como destino se deu por causa de sua alta produtividade. No ano passado, a média colombiana foi de 130 toneladas por hectare, aliada às características climáticas, disponibilidade de água, pressão de pragas e doenças, fertilidade do solo e tamanho das operações, que são, em grande parte, distintas em relação ao que se é praticado no Brasil.

“As diferenças técnicas que observamos lá enriqueceu muito o nosso conhecimento, principalmente em aumentar o repertório para encontrar soluções para os problemas rotineiros nos canaviais do Brasil”, disse Mourão.

Já Bighetti chamou à atenção pelo aprendizado no uso de maturadores e também ao controle de plantas invasoras, cujas características dos locais são de complicado manejo.

“Gostaria de agradecer ao superintendente comercial da Copercana, Frederico Dalmaso, e à Syngenta, pela oportunidade de adquirir todo esse conhecimento que irei replicar aos cooperados que atendo e também aos colegas agrônomos das outras filiais”, concluiu Bighetti.