As perdas na produção de cana são substanciais

As perdas na produção de cana são substanciais

31/05/2021 Marcos Fava Neves POR: * MARCOS FAVA NEVES ** VÍTOR NARDINI MARQUES *** VINÍCIUS CAMBAÚVA

* Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Confira textos, vídeos e outros materiais no site doutoragro.com e veja os vídeos no canal do Youtube (Marcos Fava Neves). Seguem os agradecimentos ao apoio de Vitor Nardini Marques e Vinícius Cambaúva.

** Vítor Nardini Marques é analista da Markestrat

*** Vinícius Cambaúva é consultor da Markestrat

Marcos Fava Neves

 

Na economia mundial e brasileira

  • O relatório Focus (Bacen), divulgado pelo Banco Central em 10 de maio, traz expectativas para o PIB de 2021 em 3,14%, e do próximo ano em 2,31%. Já para o IPCA, dar espaço espera-se 5,04% no final deste ano e 3,61% até o término de 2022. Para o câmbio, dar espaço o mercado espera R$ 5,40 na conclusão tanto deste como do próximo. Por fim, a taxa Selic foi indicada em 5,50% para o final deste ano e 6,25% no final de 2022.
  • O governo brasileiro se comprometeu, durante a Cúpula de Líderes sobre o clima, a alcançar a neutralidade nas emissões de gases de efeito estufa até 2050, antecipando a meta em dez anos, e sua intenção de zerar o desmatamento ilegal até 2030. Para isso, o chefe do Executivo brasileiro pediu a colaboração de recursos internacionais relacionados ao pagamento por serviços ambientais prestados pelos biomas brasileiros.

No agro mundial e brasileiro

  • No cenário internacional, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projetou a safra mundial de soja do ciclo 2021/22 em 385,53 milhões de toneladas (22,5 milhões de t acima da safra 2020/21). Para o Brasil, é esperada uma produção de 144 milhões de t. (contra 136 milhões de t nesta), enquanto EUA e Argentina devem produzir, respectivamente, 119,9 milhões de t e 52 milhões de t (contra 112,5 milhões e 47 milhões de t nesta). Com isso, os estoques finais globais do grão devem ser de 91,1 milhões de t (5 milhões de t maior). O interessante desta análise é que para a próxima safra estima-se que as exportações dos EUA caiam de 62 milhões para 56,5 milhões de t e as do Brasil subam de 86 para 93 milhões de t
  • No milho, a estimativa é de uma produção de 1,19 bilhão de t (50 milhões de t a mais), com estoques finais de 292 milhões de t (9 milhões de t maior). A projeção do órgão americano é que os EUA produzam 380,77 milhões de t (contra 360 milhões de t na safra 2020/21), o Brasil 118 milhões de t (contra 102 milhões nesta) e a Argentina 51 milhões de t (47 milhões de t nesta). As exportações dos EUA devem cair de 71 milhões de t, em 2020/21, para 62 milhões de t em 2021/22, e as do Brasil, por sua vez, aumentam de 35 milhões para 43 milhões de t. Nos Estados Unidos, as condições climáticas favoráveis promoveram um bom avanço no plantio de soja e milho nas principais regiões, tirando o atraso em relação ao ciclo passado.
  • No boletim da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) do mês de maio, a organização estimou a safra de grãos em 271,7 milhões de t para o ciclo 2020/21, redução de 0,8% em comparação à estimativa de abril, mas 5,7% maior que a safra 2019/20. Em relação à área, a Conab calcula 68,62 milhões de hectares, aumento de 4,1% em relação ao ciclo passado. Para a cultura da soja são esperadas 135,4 milhões de t (+8,5%) em uma área de 38,5 milhões de hectares (+4,2%). No milho primeira safra, a produção deve ser de 24,7 milhões de t (-3,9%) e na segunda safra de 79,8 milhões (+6,3%); a área foi estimada em 4,3 (+2,4%) e 14,9 (+8,8%) milhões de hectares respectivamente. A produção e área total de milho foram indicadas em 106,4 milhões de t (+3,7%) e 19,8 milhões de hectares (+7,3%). O algodão, por sua vez, teve área indicada em 1,37 milhão de hectares (-17,2%), e uma produção total de 2,44 milhões de t de pluma (-18,6%). O trigo, por fim, deve entregar 6,64 milhões de t (+6,5%), em uma área de 2,45 milhões de ha (+4,9%).
  • As exportações do agronegócio atingiram a cifra de US$ 13,57 bilhões em abril, estabelecendo novo recorde para o mês, com crescimento de 39% frente ao mesmo período de 2020. O complexo soja liderou os embarques internacionais com destaque para a soja em grãos, a qual exportou valor e volume recordes para um único mês de, respectivamente, US$ 7,20 bilhões (+43,1%) e 17,4 milhões de toneladas. As carnes aparecem na segunda posição totalizando vendas externas de US$ 1,57 bilhão (+22,7%), gerando recorde para o mês, sendo US$ 705 milhões provenientes da carne bovina (+22,5%), US$ 598 milhões da carne de frango (+18,2%) e US$ 231 milhões da carne suína (+40,7%). Produtos florestais aparecem em terceiro, vendendo US$ 1,21 bilhão (+32,3%), evidenciando valor recorde para abril. Na sequência, o setor sucroenergético foi responsável por exportar US$ 669,6 milhões (+36,6%), devido ao grande aumento no volume de açúcar embarcado de 1,9 milhão de toneladas. Por fim, na quinta colocação, tem o café com US$ 511,7 milhões (+24,6%) exportados.
  • As importações do agronegócio brasileiro somaram US$ 1,15 bilhão (+13,5%), deixando o saldo da balança comercial do setor com superávit de US$ 12,40 bilhões. As importações chinesas de milho no ciclo 2020/21 devem atingir recorde histórico de 28 milhões de t de acordo como o USDA. O país vem recompondo seu estoque do cereal, visando atender à demanda para a ração animal e reduzir os preços domésticos. Dessa forma, o órgão americano projeta que em 2021/22 as importações chinesas serão reduzidas a 15 milhões de toneladas, queda de 46,4% com relação a 2020/21, visto o elevado estoque final acumulado, aumento da produção interna e substituição do milho por outras fontes como trigo, sorgo e cevada. A China deve importar 103 milhões de t de soja em 2021/22.
  • Dados divulgados pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) indicam um VPB (Valor Bruto da Produção Agropecuária) estimado em R$ 1,19 trilhão, crescimento de 15,2% em relação a 2020. As cadeias da agricultura devem faturar R$ 798,7 bilhões (+ 19,3%), com grande destaque no crescimento das receitas de soja, que devem fechar em R$ 390 bilhões (+ 33,6%), e do milho, com projeção de faturamento em R$ 160,4 bilhões (+ 32,2%). Já as cadeias da pecuária devem responder por R$ 394 bilhões (+ 7,6%), com a carne bovina se destacando pelo crescimento de 14% (R$ 206,7 bilhões).
  • O governo brasileiro decidiu zerar a TEC (Tarifa Externa Comum) para a importação de milho, soja e seus derivados, de países de fora do Mercosul. A medida, que tem validade até o final de 2021, visa garantir o abastecimento interno e a competitividade de segmentos que dependem dos grãos como fonte de matéria-prima, caso do setor de proteína animal. Com isso, o Brasil pode adquirir milho dos Estados Unidos e da Ucrânia com o objetivo de reequilibrar a oferta.
  • Mesmo assim, com os elevados patamares do preço do milho no mercado doméstico, a indústria de produção animal brasileira tem buscado alternativas para a composição das rações, visando ajustar os custos de produção que vêm pressionando as margens do setor. O trigo tem surgido como um potencial substituto ao milho, levando a um aumento na intenção de plantio desse cereal no Sul do país. Novas medidas para estimular o plantio de milho e sorgo no país para a safra 2021/22 estão sendo adotadas na esfera federal. O limite de crédito de custeio rural foi alterado de R$ 3 milhões para R$ 4 milhões por agricultor; por sua vez, no âmbito do Pronamp, o limite também foi reajustado de R$ 1,5 milhão para R$ 1,75 milhão em crédito de custeio para a produção desses cereais.
  • Recentemente, uma decisão do MME (Ministério de Minas e Energia) alimentou diversas discussões no setor de biocombustíveis, como a redução nas regras de mistura do biodiesel ao diesel comercial de 13% para 10%. Em nota divulgada por entidades do setor (Abiove, Aprobio e Ubrabio), as instituições repudiam a decisão, afirmando que a medida vai no sentido contrário à uma política de descarbonização para o país e que deve reduzir a oferta de farelo de soja em 4 milhões de toneladas, o que aumentaria os custos de produção das cadeias da pecuária. O Planalto Central justificou a medida como decorrente da valorização do preço do óleo de soja e da desvalorização cambial, o que encareceu o preço do diesel ao consumidor final. Esta medida tem como consequências a falta de previsibilidade e o receio em novos investimentos no setor.
  • No fechamento desta coluna, a soja, para entrega em cooperativa de São Paulo, estava em R$ 176/saca para maio de 2021 e R$ 159/saca para maio de 2022. Há um ano estava em R$ 85/saca. No caso do milho, atualmente está em R$ 98/saca; R$ 83/saca para entregas em agosto de 2021, e R$ 56/saca para agosto de 2022. Há um ano, o milho estava em R$ 50/saca. O algodão está em R$ 155/arroba, contra R$ 92 do ano passado. No boi, a arroba era negociada em mais de R$ 320.

Os cinco fatos do agro para acompanhar em junho são:

1. A crise hídrica que assola o Brasil e coloca em risco o abastecimento de energia elétrica, trazendo grandes perdas para as safras de milho, cana, laranja, café entre outras;

2. As importações na Ásia e outros países em carnes, grãos e demais produtos que estão saindo do Brasil com uma velocidade impressionante;

3. A tímida melhora das perspectivas econômicas e a performance consequente do mercado consumidor interno de alimentos e combustíveis. Observar as instabilidades políticas trazidas pela CPI e outros problemas;

4. O desempenho na safra dos EUA. Aparentemente, o clima está mais adequado e o plantio bem acelerado.

5. A inflação de custos na agricultura, e possíveis preços menores de venda dos produtos com valorização cambial e safras maiores no ciclo 2021/22.

Reflexões dos fatos e números da cana em maio e o que acompanhar em junho

Na cana

  • A safra 2020/21 de cana-de-açúcar na região Centro-Sul está concluída, vamos ao seu balanço final: a moagem totalizou 605,46 milhões de toneladas, crescimento de 2,56%; a produção de etanol foi de 30,37 bilhões de litros, queda de 8,70% em relação ao ciclo passado; no açúcar, foram produzidas 38,46 milhões de toneladas, aumento de 43,73%. Com isso, o mix de produção ficou em 46,07% para açúcar e 53,93% para etanol. Já em relação ao ATR, a média fechou em 144,72 kg por tonelada de cana, um crescimento de 4,44%. Por fim, as vendas de etanol fecharam em 30,79 bilhões de litros, redução de 7,49% em relação ao ciclo anterior.
  • Outro dado relevante da safra recém-finalizada, divulgado pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), aponta que a produtividade média das lavouras ficou em 77,9 toneladas de cana por hectare; crescimento de 2,3% na comparação com as 76,1 toneladas por hectare da safra 2019/20.
  • Na safra 2021/22 já em operação, dados divulgados pela Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) até a segunda quinzena de abril indicam que 45,26 milhões de toneladas de cana foram processadas, valor 25,44% inferior ao obtido no mesmo período da safra passada, o que aponta um ritmo mais lento no ciclo atual. Esse fator está relacionado, principalmente, ao número de usinas em operação, que está em 205 contra 217 da safra 2020/21. Em relação ao ATR, a média do primeiro mês de safra (abril) fechou em 116,69 kg/tonelada de cana (-1,65%).
  • A forte estiagem enfrentada no verão do ano passado somada à falta de umidade no mês de abril e maio prejudicou o desenvolvimento dos canaviais da região Centro-Sul, levando à revisão das projeções para o ciclo 2021/22. A Canaplan estimou a safra atual entre 540 e 553 milhões de toneladas, redução de 11,7% a 13,1% em comparação ao ciclo passado. Já a StoneX projeta uma quebra de colheita menor, na ordem de 5,8%, refletindo numa produção de 570,2 milhões de toneladas. Por sua vez, a Czarnikow espera uma moagem de 558 milhões de toneladas.
  • A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) divulgou as metas de comercialização de CBios (Créditos de Descarbonização) para 2021, que será de 24,86 milhões de títulos, mais 363 mil que não foram adquiridos no ano passado (total de 25,22 milhões). Desse montante, a BR Distribuidora deve comprar cerca de 26,3% (6,55 milhões de títulos), seguida da Ipiranga com 19% (4,71 milhões de títulos), e da Raízen com 17,3% do total (4,3 milhões de títulos).
  • Cerca de 50% de toda a meta de CBios já haviam sido comercializados pelas unidades produtoras de biocombustíveis até o início de abril, o equivalente a 12,1 milhões de créditos com operações concluídas na B3. Dessa forma, restam pouco mais de 11,8 milhões de CBios para o atingimento da meta. A oferta dos CBios neste ano deve superar a demanda das distribuidoras. Segundo a StoneX, haverá de 6,5 milhões a 7 milhões de créditos a mais que o necessário às distribuidoras, ou seja, um total de, aproximadamente,31,5 milhões de títulos disponíveis para aquisição. Com a oferta excedente, os preços estão num valor médio de R$ 31,00/CBio contra R$ 43,00 do ano passado.
  • Com o desenvolvimento de projetos relacionados à sustentabilidade, a Tereos já alcançou R$ 1 bilhão em financiamentos “verdes”, montante que representa 1/3 da dívida da companhia. A empresa vem trabalhando na melhoria de indicadores-chave, como redução de emissão de gás carbônico, consumo de água e aumento de cana certificada (pela Bonsucro), os quais são requisitos para a obtenção desse tipo de recurso financeiro.

No açúcar 

  • Segundo a Unica, a produção de açúcar na safra 2021/22, até a segunda quinzena de abril, totalizou 2,15 milhões de toneladas, uma queda de 28,51% em relação ao ciclo anterior. Importante lembrar que o número de unidades que já entraram em operação é menor que o registrado na safra 20/21.
  • A produção do adoçante no ciclo 2021/22 deve totalizar, aproximadamente, 33,5 milhões de toneladas, 4 milhões a menos que em 2019/20, de acordo com a estimativa da Canaplan. Por sua vez, a StoneX projeta produção de 36,1 milhões de toneladas, enquanto que a Czarnikow espera um volume de 35,6 milhões de toneladas.
  • As exportações de açúcar do mês de abril totalizaram um volume de 1,9 milhão de toneladas, 25,7% superior àquela constatada no mesmo mês de 2020, segundo dados do Mapa. As receitas com os embarques somaram US$ 615,6 milhões, valor 38,5% maior. No acumulado do ano, as exportações brasileiras do adoçante já somam 7,7 milhões de toneladas e US$ 2,5 bilhões. Indonésia, Bangladesh e Argélia têm se destacado como principais mercados compradores.
  • A derrubada das projeções da produção brasileira tem refletido no aumento dos preços internacionais da commodity. Em maio, os contratos de açúcar bruto em Nova York com vencimento para maio/21 foram negociados a US$ 18 cents/libra-peso, com variações diárias de até 4,5%. Vale lembrar que os preços dobraram nos últimos doze meses. Já no açúcar cristal, os papéis para agosto/21 foram comercializados a US$480,40/tonelada, com demais vencimentos apresentando crescimento semanal de até US$ 15,00.
  • O relatório mensal do Itaú BBA indica valores de negociação próximos de R$ 2.000 por tonelada do adoçante, sendo que cerca de 85% de todo o volume que foi produzido na safra 2021/22 já tiveram os preços travados na bolsa. Segundo a organização, estamos em período de oferta e demanda em equilíbrio para os próximos meses.
    Já para o ciclo 2022/23, de acordo com a Archer Consulting, 12% das exportações brasileiras de açúcar, o equivalente a 3 milhões de toneladas, já estão com os preços fixados em um valor médio de R$1.696/tonelada FOB Santos.
  • No âmbito internacional, a produção do adoçante na Tailândia deve se recuperar no ciclo 2021/22, alcançando o volume de 10,6 milhões de toneladas, crescimento de 40% em relação ao período passado, segundo dados do USDA. Assim, o país asiático também deve aumentar a sua exportação na mesma proporção, embarcando volumes de 10,45 milhões de toneladas, reequilibrando a oferta global.
  • Enquanto isso, a produção chinesa de açúcar deve crescer modestas 100 mil toneladas em 2021/22, atingindo volume de 10,6 milhões de toneladas. O consumo do país asiático está estimado em 15,8 milhões de toneladas para o ciclo, voltando aos patamares pré-Covid, com importações de 5 milhões de toneladas.

No etanol

  • De acordo com dados da Unica, 2,07bilhões de litros de etanol foram produzidos no mês de abril, uma redução de 20,13% em relação ao que havia sido divulgado no mesmo período da safra 2020/21. No etanol de milho, a produção fechou em 228,43 milhões de litros, crescimento de 15,16% na comparação com o período em 2020.
  • No mesmo período, as vendas de etanol totalizaram 2,15 bilhões de litros (+18,41%), impulsionadas especialmente pela retomada do consumo doméstico do biocombustível. Segundo a Unica, 1,16 bilhão de litros foi comercializado na segunda quinzena de abril (+18,41%).
  • O etanol produzido a partir do milho ganhou espaço nesta última safra, alcançando 2,57 bilhões de litros, um aumento de 58,13% em relação à anterior, conforme dados da Unica. A expectativa da Agroconsult é que sejam produzidos 3,2 bilhões de litros a partir do cereal no ciclo 2021/22.
  • Os preços do etanol também têm evidenciado altas substanciais durante o mês de abril. De acordo com os indicadores ESALQ Cepea, o valor do etanol hidratado teve incremento de 15,5% no mês, enquanto no anidro houve acréscimo de 19,3%.
  • Segundo a Canaplan, são esperados 24 bilhões de litros de etanol para o ciclo 2021/22, 3 bilhões a menos do que na temporada passada. Já a Czarnikow projeta um volume de etanol de 27,3 bilhões de litros, contra 30,4 bilhões de 2020/21.
  • E no âmbito das políticas públicas internacionais em relação aos biocombustíveis, o governo colombiano estabeleceu a obrigatoriedade da mistura de etanol à gasolina comum e extra em volume de 10%. A medida, que passa a valer a partir de setembro de 2021 para a maioria das regiões, tem como principal objetivo reduzir as emissões de GEE e melhorar a qualidade do ar nas cidades.

Para concluir, os cinco principais fatos para acompanhar em junho na cadeia da cana:

a) Observar o consumo de etanol hidratado com estes novos preços e a política de isolamento, que reduz o consumo de combustíveis. Ao fechar esta coluna, pelos dados da SCA, o litro do hidratado estava em R$ 2,88/l com impostos nas usinas, e o anidro a R$ 2,65/l. Tivemos grande queda nestes últimos 30 dias;

b) O barril do petróleo tipo Brent estava em US$ 62, ficando praticamente estável no mês. Observar seu comportamento agora em abril para saber os preços da gasolina;

c) O déficit de açúcar: ao fechar a coluna, o açúcar estava em 15,26 cents/libra peso na tela de maio de 2021. O consumo mundial deve aumentar com a vacinação e o crescimento econômico mundial, e a oferta maior deve vir do Brasil mesmo;

d) Os efeitos do clima sobre o canavial 2021/22, que está muito seco, e deve trazer perdas;

e) As exportações de açúcar do Brasil, que estão muito fortes, e os preços para o mercado interno que vêm se mantendo.

Valor ATR

O ATR começa a safra 2020/21 com o valor de R$ 1,014/kg. Tenho impressão de que, com estes preços dos produtos, será provavelmente o maior valor dos últimos anos.

Homenageado do mês

Desta vez, nossa singela homenagem vai para a nossa sempre secretária da Agricultura de São Paulo, Mônika Bergamaschi. Uma vida dedicada à representação coletiva com muita elegância, ponderação e equilíbrio. Uma enorme contribuição ao nosso agronegócio e à nossa cana!